Exposições "Desmemórias" resgata o passado fragmentado

“Memória. [Do lat. Memoria.] S. f. 1. Faculdade de Reter as idéias, impressões e conhecimentos adquiridos anteriormente (...) 2. Lembranças, reminiscência, recordação (...)”, é uma das definições que o dicionário Aurélio dá para o armazenamento de informações. Partindo deste ponto, a artista plástica Áurea Camelo resolveu retratar, nas obras que compõem sua exposição Desmemórias, a subtração ocasional e aleatória que ocorre nas recordações pessoais.

Com o tempo, algumas lembranças doces e amargas passam e acabam se desvanecendo. Entretanto, às vezes algumas imagens boas, que gostaríamos de eternizar, se perdem e as ruins, que adoraríamos esquecer, teimam em permanecer, sem seguir qualquer vontade de quem as recorda. A artista destaca que a escolha em representar as memórias, que insistem em retornar em formato de fragmentos, enfatizam a escassez do tempo e que torna-se passado, após a ocorrência. A pintura foi a forma encontrada para retratar a plasticidade desta transitoriedade.

A efemeridade das redes sociais também é salientada por Áurea, “Vivemos mesmo num bombardeio de imagens. É tanta possibilidade de informação simultânea que precisamos filtrar o que desejamos acessar e depois reter. E essa instantaneidade (...) faz o presente se tornar passado em milésimos de segundos (...) e o esquecimento ser quase imediato de grande parte desse contingente de imagens”. 

A grande quantidade de meios para se registrar um momento é tratada, pela artista, como uma ficção, que não substitui a realidade. Desta forma, Áurea Camelo destaca a mistura de esquecimentos e recordações que acarretam na lembrança.

Fotografias Desmemorizadas

A artista destaca que a primeira eleição de foto partiu de critérios emocionais e estéticos, que também foi utilizado na segunda, na terceira e sucessivamente até notar que o trabalho estava sendo composto.

As imagens que foram “desmemorizadas” vieram do acervo pessoal da artista, sendo resgatadas de álbuns familiares, que retratam cenas cotidianas. Ironicamente, essas imagens, que registram o momentâneo, foram escolhidas para reverberarem nas telas, perdurando, mesmo que parcialmente, materialmente.

Exposições

Formada em 2016, na Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais | UEMG, em Belo Horizonte, a psicóloga Áurea Camelo diz que sempre gostou de desenho e escrita, mas que há cinco anos não se via como artista, algo que hoje ela destaca ser a sua área. 

Seus trabalhos estiveram em exposições coletivas em Minas Gerais; na Biblioteca Pública Luiz de Bessa, em 2014 e 2015; em várias exposições na própria Escola Guignard, de 2015 a 2017; e na Mostra Formandos Guignard da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em 2016; e São Paulo, no 15º Salão de Arte Contemporânea de Guarulhos, em 2017.

A abertura do trabalho apresentado na Galeria de Arte Nello Nuno, da Fundação de Arte de Ouro Preto | FAOP, localizada na Rua Getúlio Vargas, 185, no Rosário, em Ouro Preto/MG, ocorre no dia 6 de Outubro, às18h. O local fica aberto a visitação do dia 7 de Outubro a 5 de Novembro, de 9h às 18h durante a semana e das 13h às 18h, nos finais de semana. Será a primeira exposição individual da artista.

Serviço

Exposição Desmemórias na Galeria de Arte Nello Nuno

Abertura: 6 de Outubro

Data de visitação: 7 de Outubro a 5 de Novembro

Local: Galeria de Arte Nello Nuno – Rua Getúlio Vargas, 185, Rosário, em Ouro Preto/MG.

Entrada Gratuita

Mais informações: 3552-2480


28/09/2017